O que faz o Congresso decidir por votar um aumento em benefício de seus parlamentares em um momento de anunciada crise pela qual pagarão todos os brasileiros que não terão o inflacionado aumento em seus salários?
O que faz os congressistas legislarem em causa própria antes de votarem causas muito mais importantes para TODOS os cidadãos?
O que faz os nossos representantes se julgarem como sendo mais importantes do que outras profissionais que não têm aumento sequer que recomponha a inflação e que, descontados os impostos, são obrigados a pagar pela educação, saúde e segurança privada porque o Estado não gerencia e nossos representantes não cumprem o seu papel de fiscalizar, tampouco o judiciário de punir como devia e dá brechas para a corrupção enquanto os nossos representantes defendem os interesses de governo e de partidos e não os de quem os colocou aí?
O que faz esse grupo usar de privilégios, quando a grande massa sequer pode gozar de direitos?
Professores, dentre outros profissionais, trabalham tanto quanto os Senhores, formam a sociedade, pagam impostos, contribuem cotidianamente para o crescimento do Brasil e recebem míseros adicionais, somente depois de comprovarem por relatórios de produtividade e muito tempo de estudo. Esses profissionais como outras categorias, que não podem escolher seus próprios salários, precisam pagar as contas e sobreviver com 60% do que lhes chega, pois não têm, como os Senhores, nenhuma ajuda de custo. É legal porque os Senhores fazem as leis, mas é imoral essa diferença e esse descaso com o povo que é obrigado a concordar com um grupo que vota de acordo com os interesses pessoais e partidários e que não representa o interesse da maioria. Um país justo é um país sem desigualdade, onde os legisladores dão exemplo de moralidade e de sensatez no uso do que é público, onde a justiça é para TODOS e não privilégio de quem já tem muito e se vê no "direito" de ter mais. Não é à toa que quanto mais rico é o legislativo, mais pobre é o povo. Quanto mais ricas são as famílias dos representantes do povo, mais pobre é o Estado da Federação. Eu faço a minha parte pagando meus impostos (sem sonegar, não porque sou obrigada, mas porque sei de minha responsabilidade) e desempenhando minha profissão com ética e compromisso, e sei que esse desabafo é tão inócuo quanto os discursos e pseudos defesas de pequenos grupos na CD ou no CN.
Sim, eu acompanho diariamente as sessões pelo rádio! E torço por um destino diferente para o meu país, contudo, estou certa de que só se colhe o que se planta e tanto os filhos do povo, quanto os filhos dos privilegiados legisladores colhem a violência e os demais resultados dos desajustes sociais plantados pelos nossos representantes.
Essa lei não precisa ser votada pelos Senhores, nem sancionada pela Presidenta, em um acordo de interesses partidários.
Ela é inexorável! Portanto, Senhores, representantes de uma minoria, lembrem-se de que não estão livres da colheita, porque essa é uma lei da Humanidade, e para ela não há sequer a imunidade parlamentar que garanta o livramento das consequências das escolhas pelos privilégios de poucos em lugar dos direitos de todos. Lamentavelmente, os Senhores escolheram neste Natal se presentearem em vez de mostrar aos seus eleitores que eles mereciam como presente mais respeito e consideração! Se possível, em seus discursos, evitem falar em democracia, porque essa palavra já perdeu o sentido. Sugiro que a usem apenas quando se referirem a países onde merecem a mesma dignidade que os Senhores chamam a si!